“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”(Nelson Mandela)


domingo, 1 de abril de 2012

A equidade na saúde tem que ser pra valer! O Racismo como Determinante Social de Saúde

Fonte: http://revistaafricas.com.br/archives/34523, acesso em 01/04/2012.


[...] Inúmeras pesquisas têm comprovado reiteradamente que as condições sociais influenciam decisivamente a saúde e que, portanto, é preciso implementar ações em todos os setores para a promoção do bem-estar. A maior parte da carga das doenças - assim como as desigualdades de saúde que existem em todos os países -, acontece por conta das condições em que as pessoas nascem, vivem, trabalham e envelhecem - o que se denomina "determinantes sociais da saúde", os DSS's. Muitos fatores sociais influenciam a saúde das pessoas e os mais importantes são aqueles que geram estratificação social - os determinantes "estruturais" -, tais como a distribuição de renda, o sexismo e o racismo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a exclusão social por pertencimento a um grupo étnico como um determinante social da saúde.
[...] É justamente nas áreas clínicas, nas quais a pessoa está sujeita à avaliação subjetiva do profissional de saúde, que se verificam as mais elevadas taxas de mortalidade para a população negra como um todo e, em especial, para as mulheres negras que, além das condições desfavoráveis de vida ainda sofrem com a superposição do sexismo ao racismo.
É justamente nas áreas clínicas, nas quais a pessoa está sujeita à avaliação subjetiva do profissional de saúde, que se verificam as mais elevadas taxas de mortalidade para a população negra como um todo e, em especial, para as mulheres negras que, além das condições desfavoráveis de vida ainda sofrem com a superposição do sexismo ao racismo.

A atuação do governo brasileiro


A principal estratégia para a mudança e melhoria do contexto é colocar o racismo institucional na agenda, identificando-o como uma força que se conjuga com os demais DSS. As ações a serem realizadas são a medição e o monitoramento regular, em base anual, por exemplo, das iniquidades e disparidades em saúde por cor/raça.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a Comissão Global sobre Determinantes Sociais da Saúde em 2005, para que a aconselhasse sobre como reduzir desigualdades de saúde. O relatório final da Comissão (2008), contém três recomendações gerais: melhorar as condições de vida no dia a dia; combater o problema da distribuição desigual de poder, dinheiro e recursos; mensurar e compreender melhor as desigualdades de saúde. Este relatório enfatizou, ainda, a importância da ação sobre os determinantes sociais para reduzir as iniquidades em saúde. Também destacou a importância de construir um movimento global para diminuir as desigualdades em saúde, tanto entre países como em seu interior no curso de uma geração.
Os Estados-Membros da OMS discutiram o relatório e, na Assembleia Mundial da Saúde de 2009, aprovaram uma resolução demandando ações sobre os determinantes sociais da saúde. A resolução falava fortemente a favor não só da "Saúde em Todas as Políticas" e de um compromisso renovado com as ações intersetoriais para reduzir as desigualdades de saúde, como também da implementação de uma abordagem ligada aos determinantes sociais em programas de saúde pública e do aumento da capacidade de mensuração das desigualdades de saúde e de monitoramento do impacto de políticas ligadas aos primeiros. A resolução também pedia ao Diretor-Geral da OMS, que "organizasse um evento global antes de 2012, no qual seriam discutidos novos planos destinados a reduzir as tendências alarmantes relacionadas às desigualdades de saúde através de ações sobre os determinantes sociais de saúde".
Fonte: http://revistaafricas.com.br/archives/34195, acesso em 01/04/2012.

O governo do Brasil sediou a Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde, quando reuniram-se líderes globais para discutir como colocar em prática as recomendações da Comissão.
Os cinco temas da Conferência Mundial foram selecionados para destacar aspectos-chave indispensáveis à implementação bem-sucedida da abordagem dos determinantes sociais:
1. Governança para enfrentamento das causas mais profundas das desigualdades em saúde: implementando ações sobre os determinantes sociais da saúde.
2. Promovendo participação: lideranças comunitárias para a ação sobre os determinantes sociais.
3. O papel do setor, incluindo os programas de saúde pública, na redução das desigualdades de saúde.
4. Ações globais sobre os determinantes sociais: alinhando prioridades e grupos de interesse.
5. Monitorando o progresso: medir e analisar para informar as políticas sobre determinantes sociais. [...]
Fonte: Disponível em: http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/saude/220-artigos-de-saude/11532-a-equidade-na-saude-tem-que-ser-pra-valer-o-racismo-como-determinante-social-de-saude, acesso em 01/04/2012.


Postado por: Stephanie Maier Ahnert /Anair Gomes Rocha/Raulinda Keppe Ponath

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